Grupo Gaia, Din4mo e MagikJC lançam SOMA, projeto imobiliário com retorno financeiro e impacto socioambiental; Gerdau é investidora
A iniciativa, com investimento de Gerdau, Dexco, Movida, Votorantim Cimentos e P4 Engenharia, traz locação acessível no Centro de São Paulo para mais de 100 famílias. O Investimento ESG nasce para ser escalável e trazer mais Investidores para 10 prédios nos próximos 5 anos
Iniciativa revolucionária no mercado imobiliário, o Projeto SOMA - Sistema Organizado de Moradia Acessível vai oferecer a grandes Investidores a possibilidade de unir rentabilidade com impacto social. Idealizado pelo Grupo Gaia, Din4mo e pela Incorporadora MagikJC, o novo empreendimento dará acesso à moradia digna no centro da cidade a famílias de menor renda, gerando um impacto positivo não apenas para os moradores, mas para a ocupação do centro e para a mobilidade urbana de toda São Paulo.
O SOMA surge em meio à crescente busca por Investimentos ESG, seguindo uma tendência global - mas a oferta de Investimentos de Impacto no Brasil ainda é escassa, especialmente no setor Imobiliário, o que explica a forte adesão de empresas do setor. Dexco (antiga Duratex), Gerdau, Movida, P4 Engenharia e Votorantim Cimentos estão apoiando o projeto, e investiram R$ 14,75 milhões no SOMA.
“Um empreendimento inédito não só em São Paulo como no Brasil, o SOMA é um projeto de grande impacto social do qual a Gerdau tem orgulho de participar. Historicamente, a companhia atua como protagonista na proposição de soluções aos desafios enfrentados pela sociedade e, mais uma vez, se une a parceiros para deixar um legado positivo apoiando um projeto de inovação em modelo de moradia para população de baixa renda. Habitação é um dos pilares estratégicos de atuação da Gerdau em responsabilidade social e este projeto é mais um exemplo desse compromisso da empresa com as comunidades em que está presente”, afirma Paulo Boneff, líder de responsabilidade social da Gerdau.
O valor foi captado por meio de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) emitidos pelo Grupo Gaia. O CRI é um instrumento do mercado de capitais utilizado para investimento em recebíveis imobiliários. O pagamento dos títulos se dará por meio dos aluguéis dos locatários.
“O mercado de capitais precisa, cada vez mais, considerar o IMPACTO, positivo ou negativo, nos seus investimentos. Essa história de olhar só o risco e o retorno vai ficar cada vez mais sem sentido. O CRI SOMA nasce dessa necessidade de incorporar definitivamente o ESG na agenda dos investidores", afirma João Paulo Pacifico, do Grupo Gaia.
O pagamento aos investidores se dará por meio dos aluguéis dos locatários. “Não podemos deixar nas costas do setor público fazer todo o investimento em habitação social que é necessário. Por isso, é importante a contribuição do investimento do setor privado, e acreditamos que as empresas que tenham propósito de melhorar a cidade, e sobretudo torná-la acessível para famílias de menor renda, terão todo o interesse de investir”, afirma Marco Gorini, sócio da Din4mo.
Segundo ele, um dos principais diferenciais do Projeto SOMA é a possibilidade de replicação de seu modelo. “Nosso objetivo é multiplicar este primeiro empreendimento, gerando escala às soluções que hoje estamos apresentando de moradia digna. Morar perto do trabalho, integrando à infraestrutura do centro as famílias que estariam relegadas a morar nas periferias, melhorando a mobilidade urbana e o meio ambiente são alguns dos impactos ESG positivos que pretendemos ampliar no futuro com novos empreendimentos nos mesmos moldes”, conclui.
Sobre o Projeto
A ideia do projeto, que contou com assistência técnica inicial da IFC, assessoria legal do TozziniFreire e também o apoio da Africa, Profile, B3 e do Sistema B Brasil, surgiu da experiência da incorporadora MagikJC, enquadrados dentro do programa Casa Verde Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida), no centro de São Paulo. “Notamos que, de cada cinco famílias que desejavam morar no Centro, três acabavam excluídas do programa pois não se enquadravam nos critérios para obtenção de crédito para a compra do imóvel, mesmo tendo renda para pagar as parcelas ou ainda por falta de renda para compor valores para aquisição; mas que se enquadrariam num projeto de aluguel. Assim surgiu a ideia de fazer um empreendimento nos mesmos moldes, só que exclusivamente voltado à locação, que atendesse essa demanda reprimida”, afirma André Czitrom, sócio da MagikJC. O projeto vem sendo concebido há 3 anos conjuntamente com a Gaia, especialista em estruturar Investimentos de Impacto, com 12 anos de experiência no mercado financeiro, e a Din4mo, que desenvolve negócios de impacto inovadores, com foco na redução das desigualdades.
“A IFC tem satisfação em apoiar um projeto que demonstra a importância da estruturação de mecanismos financeiros que atendam às demandas de famílias de menor renda. O SOMA representa uma solução inovadora, e fornecerá descobertas essenciais para endereçar problemas históricos,” afirma Bruce Ian Keith, Senior Investment Officer da IFC.
O primeiro prédio, com 110 apartamentos a partir de 25 metros quadrados (localizado na Rua Frederico Steidel, 157, Centro), deverá estar pronto em 20 meses após o início da obra, que deve acontecer no segundo trimestre de 2022. O edifício, projetado pelo renomado e premiado escritório de arquitetura Andrade Morettin (o mesmo que projetou o IMS Paulista) contará com salão de festas, coworking, bicicletário e lavanderia coletiva com máquinas semiprofissionais nas áreas comuns. “O foco será entregar um projeto com ótima arquitetura, design e uma construção de excelente qualidade, como temos feito há anos no centro de São Paulo, mas para famílias que não não conseguem se enquadrar no modelo tradicional de compra ou de locação”, afirma André.
Uma das partes mais inovadoras do projeto diz respeito à forma como o condomínio será ocupado e administrado. A definição dos critérios para a seleção das famílias será feita com a colaboração de outras organizações e movimentos que trabalham com acesso à moradia. “Não há como famílias de maior renda alugarem os imóveis, pois a gestão e tomada de decisão está na mão de uma ONG cujo propósito é justamente contemplar quem mais precisa estar no centro”, afirma Francine Lemos, Diretora Executiva do Sistema B Brasil. A mesma organização fará a gestão social ativa do prédio, em um modelo que empodera famílias e estimula mobilidade social, tornando o centro acessível para famílias de menor renda.