Exposição “Vetor Vivo”, de João Diniz, marca a reabertura parcial do MM Gerdau

O nível Liberdade do MM Gerdau - Museu de Minas e do Metal será reaberto ao público a partir desta sexta-feira, dia 09/07, possibilitando assim visitação presencial da exposição “Vetor Vivo”, feita com aço Gerdau, com trabalhos de João Diniz, que será inaugurada na mesma data. O piso ainda abriga a Loja Bem Mineiro e a Cafeteria Teria Café?, que já estão preparados para receber o público, além do Espaço do Aço. 

Apresentando 10 esculturas (ou estruturas), além de toda a produção do arquiteto João Diniz, e um filme sobre a sua relação com a arquitetura do aço, “Vetor Vivo” conta com obras inéditas, criadas especialmente para a exposição. A mostra, que será lançada nesta sexta (09/07), receberá o público tanto presencialmente quanto virtualmente. A Gerdau forneceu o aço, matéria-prima para criação do arquiteto, e patrocina a exposição. 
    
Criada para celebrar o Dia Nacional do Aço, comemorado em 09 de abril, a exposição Vetor Vivo, de João Diniz, estava prevista e chegou a ser anunciada como um dos projetos do MM Gerdau para 2020, mas precisou ser postergada em função do avanço da pandemia e do fechamento do museu para visitação física. Para se adequar ao isolamento social, o museu passou a oferecer toda a sua programação de forma online e, mesmo com a reabertura de parte do museu, ela continuará sendo ofertada em ambiente digital, garantindo uma perfeita apreciação por parte do público, permitindo mergulhar por este universo conduzido pelo experiente e premiado arquiteto João Diniz. “Vetor Vivo” pode ser visitada presencialmente, de terça a sábado, das 11 às 18h, e nas quinta, das 11 às 21 horas, ou virtualmente no perfil do MM Gerdau na plataforma Google Arts&Culture, e também será tema de um dos roteiros das Visitas Virtuais Mediadas pelo setor Educativo, oferecidas semanalmente ao público. 

A exposição apresenta esculturas em aço como forma de materializar a composição de ideias espaciais, sejam elas artísticas ou arquitetônicas. Por este motivo, são determinadas pelo autor como es.cult.trut.uras. Esse diálogo entre as duas áreas é um elemento muito presente nos trabalhos de João Diniz. As esculturas apresentadas por ele foram construídas a partir do aço fornecido pela Gerdau e foram concebidas de formas experimental e gestual a partir de maquetes em madeira. O arquiteto optou por trabalhar o aço de forma livre, comprometidas com as geometrias poliédricas.

“Os espaços construídos geralmente surgem a partir de uma ordenação inicial que os mantém rígidos, funcionando como o esqueleto básico que determina sua forma. À essa ordem estabilizante se dá o nome de estrutura, concebida a partir de preceitos geométricos onde o peso da edificação é conduzido ao solo através de linhas de força que correm por elementos físicos também chamados de vetores”, explica João Diniz ao justificar sua escolha por um sistema criativo mais fluido, fugindo do convencional tradicional ao longo do processo. 

Para Wendel Gomes, diretor de mineração e matérias-primas da Gerdau, a mostra é uma celebração do aço, que é uma das grandes riquezas de Minas Gerais. “Trabalhos como o do João Diniz enchem os olhos por exaltar as várias possibilidades de aplicação do aço e a poesia por trás de sua forma rígida, mas também pela valorização de um material que representa tanto para os mineiros, que vem do solo de Minas Gerais e está presente em tantos aspectos da nossa vida, entre eles na arte”, ressalta Wendel.

De acordo com João Diniz, “as peças retilíneas ou vetores estruturais podem ganhar vida a partir de uma manipulação, ao mesmo tempo, racional e intuitiva do aço, o que permite realizar tanto esculturas lúdicas e imaginárias, quanto edifícios reais e duradouros”. Essas duas formas de composição se completam, revelando uma versatilidade que pode ganhar vida a partir de uma manipulação, ao mesmo tempo, racional e intuitiva.

Dentre as imagens que poderão ser conferidas pelo público estão obras em aço realizadas pelo escritório João Diniz Arquitetura e produzidas pela Accero, em diferentes escalas e temas programáticos. Os edifícios apresentados no filme que faz parte da exposição mostram uma extensa variedade de possibilidades da construção metálica, buscando uma forma própria de interpretar esse sistema construtivo.  Esse filme de 24 minutos de duração, que integra a experiência, convida o espectador a fazer uma imersão pelos principais projetos executados por João Diniz ao longo de sua carreira utilizando o aço como matéria-prima. Dessa forma, o filme não se apresenta apenas como um complemento à exposição, mas como parte fundamental para a compreensão da mesma uma vez que estabelece um paralelo entre as estruturas expostas no museu (que sugerem uma espécie de arquitetura futura) com o real, demonstrando o que já foi construído.  O autor possui inclusive uma estreita relação com o audiovisual, colecionando uma vasta produção como realizador, que pode ser conferida em seu canal no YouTube. A obra audiovisual criada para a exposição “Vetor Vivo” é uma produção de Daniel Ferreira e Bel Diniz e a trilha sonora é assinada por Pterodata - arquitetura dos sons, um projeto colaborativo criado por João Diniz com a participação de diversos outros criadores. 

SOBRE JOÃO DINIZ

João Diniz é arquiteto e diretor da empresa João Diniz Arquitetura LTDA, executando projetos e construções nas áreas de edificações, interiores, design e urbanismo. Formou-se pela UFMG, é mestre em Engenharia Civil, com ênfase em construção metálica pela UFOP, e doutorando na UFMG, onde prepara tese sobre sua arquitetura construída. Desenvolve paralelamente ações nas áreas de artes visuais, poesia, música, vídeo e performance, o que chama de ‘arquitetura expandida’ ou ‘transArquitetura’. Fundou o projeto colaborativo ‘Pterodata’, em que participa com outros criadores nessas atividades interdisciplinares. Em 2019, realizou as exposições ‘Trama’ e ‘Teia’, em Belo Horizonte, unindo estrutura e escultura e que deram origem à mostra ‘Vetor Vivo’, apresentada agora no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, no Circuito Liberdade, em Belo Horizonte.  

Recebeu alguns destaques na carreira, como: Medalha de Ouro no Fórum Mundial de Jovens Arquitetos e Prêmio Rotring, em Buenos Aires, em 1991, prêmios Espaço da Moradia, Obra Edificada, Monografia editada, Trabalho Teórico  e Arquitetura em Aço do IABMG em 1997, 2002, 2008, 2010, 2011, 2013, 2015 e 2017, menções honrosas na IV Bienal Ibero-Americana de Arquitetura e Engenharia, Quito, Equador, 2004, e no concurso para revitalização do Mercado de Florianópolis, em 2013, prêmio Ville de Saint Pierre, Martinica, 2007 e orientador do Highly Commended Project EcoHouse Student Competition, RIBA, Londres 2007.

É professor adjunto no curso de arquitetura da Universidade Fumec, em Belo Horizonte, e já proferiu palestras, cursos e oficinas em diversas universidades e instituições profissionais no Brasil e também na Argentina, República Dominicana, Martinica, Espanha, França, Alemanha, Lituânia, Bulgaria, Polônia e Eslováquia. Seus trabalhos podem ser conhecidos em várias páginas da internet e em www.joaodiniz.com.br